Foto: (Arquivo)
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oderíamos nos remontar aos tempos
atrasados de São Gonçalo, que éramos apenas o embrião de um município que teria
que se desenvolver aos moldes de sua maior riqueza: o ouro branco. Ou buscaríamos
em fotos como modelo de um processo de avanços significativos os anos 80, em
que as praças floridas eram os cartões postais para belas imagens. Agora são
ornamentadas com sucatas e objetos artificiais que tiram todo o glamour das
reais finalidades desses ambientes públicos, produzindo uma poluição visual.
Esses espaços públicos foram construídos no intuito de servir de lazer para as
famílias que desejam um pouco mais de comodidade e distração, mas hoje o tal
progresso que não tenho nada contra, nos tirou um pouco esse prazer e nossas
praças parecem mais um campo de guerra.
Fotos: (Arquivo Pessoal)
Podemos sim, unir o útil ao agradável
para também não brecar o movimento comercial que tanto tem ajudado as pessoas a
sustentar suas famílias. Seria um crime, atitudes impensadas, mas podemos com
uma boa gestão criar meios de patrocinar e fomentar as cadeias que movimentam a
cidade, atrelando a ela um projeto urbano que beneficiem a todos. Ficar sentado
aqui opinando tamnbém é muito fácil, isso não é só papel gerencial do
município, mais tem que ser algo prazeroso para toda população e teremos que
atender um chamado para um futuro agregador.
A nossa Majestosa Igreja Matriz, que
passou por uma reforma que a tornou mais bela ainda, que era cercada por
coloridas rosas, violetas e outras belezas da espécie, complementavam a
magnitude desse nosso histórico monumento. Hoje vive cercada de bancas que
exalam o odor de óleo saturado, de lixo descartado ao seu redor, e tantos
outros que provocam a poluição ambiental.
São os frutos do progresso meus
caros. Progresso expandido, mas sem entender que cultura, ambiente e outros
benefícios podem harmoniosamente progredir na mesma proporção, inclusive a
educação da população para se atentar aos problemas tão salutares para a nossa
convivência em sociedade.
E do que mais poderíamos sentir
saudade. Das canções em que quando ouvíamos lembrávamos-nos da namorada, das
cartas escritas com linhas mal traçadas, da paquera? Aí eu me pergunto? Como um
jovem moderno pode se apaixonar se tudo é tão efêmero, se não existe mais
canções com melodia e letras que possam tocar o coração?
A barulhenta música eletrônica, sem
rima, sem letra e vulgarizada em versos distorcidos e cheio de duplo sentido
serve de alucinógeno para os jovens, e muitos dizem ser um indução ao libido
para o amor moderno. Isso é puro sadomasoquismo barato.
Eu sinto muita saudade da outrora
Araripina, das tertúlias dos finais de semanas, Cê Que Sabe, Cacto’s Bar, o
velho e sempre Bar Colegial, os shows de calouros no Cine Capri, os desfiles
esplendorosos do carnaval. E a paz? Varávamos a noite sem ser incomodados com
tanta violência do progresso atual.
E o São João e o São Pedro? Naquela
época comemorávamos os dois com a mesma alegria. Forró nas salas das casas,
ruas enfeitadas (não com esses enfeites carnavalescos que têm transformado as
roupas juninas), fogueira, bombas, tracks, chuvinhas, batizado à beira da
fogueira, batata frita, muito arrasta pé e o velho som do Gonzagão: “aproveita
gente, danado de bom, casamento da rosa”, eita nós.
Aqui não se investe mais em cultura.
Quadrilhas são até formadas, mas não é para dar brilho aos velhos festejos
juninos, mas para outro intuito que aqui não quero expor.
Araripina cresceu e junto como crescimento econômico, social e político,
veio o desmantelo de um projeto desorganizado, que ao invés de transformar em
bela, virou esse modelo horroroso de cidade maltratada pela política da
incompetência que deixou de ostentar o título de a “Princesa do Sertão”.
Somos o iceberg do Polo Gesseiro e
uma cidade economicamente pujante e desenvolvimentista na Região do Araripe,
mas não temos os investimentos que nos torne humanamente um município que prima
pelo o seu bem maior: o seu povo.
Se existe esperança para o futuro, é
preciso repensar uma nova ideia, uma nova gestão, um novo compromisso, uma nova
política (sem demagogias) e um engajamento de todos, ou então nunca seremos ou
teremos a Araripina que tanto sonhamos. Para todos.
1 comentários:
Essa figura Ilustre de Araripina (primeira foto desta matéria), completa esta semana 100 anos de vida. Parabéns a querido Ancilon Mendes.
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